05 agosto 2008

Placa-mãe: o que você precisa saber - escolha certo

A escolha da motherboard é muito importante para desempenho e upgrade do seu computador.

Ao escolher um PC novo ou pensar na atualização do seu computador velhinho, muita gente acaba concentrando a atenção no processador (CPU) que ele deve ter. Contudo, a combinação deste componente com um outro - a placa-mãe (ou motherboard) - é fundamental para que o conjunto como um todo oferece o máximo de desempenho e capacidade de expansão futura.
Isso ocorre porque é a placa-mãe o elo de ligação de todos os demais componentes-chave do PC. Ela possui uma série de componentes fixos (resistores, capacitores e circuitos) e slots livres, cada um com uma aptidão específica. A quantidade e diversidades desses slots é que vai determinar que componentes adicionais um determinado modelo de motherboard pode receber.
Assim, itens o tipo do processador, a quantidade de memória RAM, disco rígido (HD), drive óptico e placa de vídeo, bem como o tipo de fonte de alimentação são determinados pelas caracterísiticas técnicas da motherboard.
Talvez você possa afunilar a escolha baseado na sua possível preferência por processadores Intel ou AMD. Mas o que vai contar pra valer são as características que cada placa-mãe oferece.
On-board ou off-board?
Uma placa-mãe on-board é aquela que já vem com alguns componentes integrados. Dentre os mais comuns nessa categoria estão a placa de video, de som e de rede. Nos modelos off-board, tais componentes devem ser instalados junto à motherboard - razão pela qual a quantidade de slots disponível é um fator importante.
A princípio, a opção onboard pode parecer atraente pela integração oferecida. O que não deixa de ser verdade. Porém, ao se levar em conta a questão do desempenho, as coisas tomam um caminho diferente.
Nas placas on-board cabe à CPU desempenhar outras tarefas além daquelas específicamente definidas para o processador. Estão incluídas nessa categoria as atividades referentes ao processamento gráfico (GPU) e de tarefas multimídia, que além de exigirem muito da CPU também acabam usando um espaço importante da memória RAM disponível.
Quem usa o computador apenas para tarefas simples como escrever textos, navegar na internet, usar aplicativos de planilhas e de contabilidade, uma placa-mãe que possua tocos esses componentes on-board é suficiente para dar conta do recado. O desempenho começa a ficar prejudicado quando se executa tarefas com processamento de vídeo ou games.
A opção de placa-mãe que você fizer, vai determinar os tipos de RAM e processador que você pode usar. Assim, você deve olhar conjuntamente para esses três componentes principais.
Chipset
É como chamamos o conjunto de circuitos de apoio utilizados na placa-mãe. O chipset da motherboard realiza funções vitais no computador, como transferir dados entre HD, a memória e a CPU e faz com que todos os seus periféricos e cartões de expansão de memória possam se comunicar com o processador.
Este componente também limita os tipos e velocidades de processadores que a placa-mãe aceita, o tipo e a quantidade de memória RAM que se pode instalar e se recursos extras como entradas integradas para placa de vídeo, áudio e USB 2.0 serão inclusas com a placa (isto é, se ela é on-board ou off-board, como já dissemos).
Placas desenvolvidas com base em um mesmo chipset tendem a ter os mesmos recursos e desempenhos semelhantes. É por isso que saber as características principais do chipset (como suporte para processador e memória) ajuda a identificar as diferenças entre placas-mães aparentemente similares.
Processador
Em relação ao processador, Intel e AMD são as duas principais opções. Uma dica: vendedores de placa-mãe costumam diferenciar suas placas em função do tipo de soquete que acomoda o processador – soquete 478 para Pentium (Intel) e Soquete A para Athlon (AMD).
O usuário comum, nas tarefas do dia-a-dia, talvez não sinta muita diferença entre as marcas e desempenho desses chips, ou só percebe isso no momento de pagar por eles.
Memória RAM
A maioria das placas utiliza memória DDR SDRAM, apesar de alguns processadores Pentium 4 ainda requisitarem memória Rambus (RDRAM). Você precisa ficar de olho nisso, pois o tipo e a velocidade da memória que você pode instalar na sua placa-mãe serão determinantes tanto para o desempenho quanto para o preço final do computador.
A memória RDRAM é muito útil para aplicativos pesados, como os de edição de vídeo ou jogos com muita textura em 3D – mas tende a custar bem mais que as SDRAM.
Independentemente disso, confira quantos soquetes DIMM e RIMM (usados para encaixar a memória) existem na placa-mãe e qual o máximo de RAM que pode ser instalada – dê preferência, claro, para os maiores números possíveis.
E lembre-se que chipsets que operam com modelos de memória mais antigos podem ser mais baratos. Porém, encontrar tais memórias no mercado não é fácil e, por conta disso, o seu preço tende a ser mais elevado.
Armazenamento
Em relação ao aspecto de armazenamento – leia-se discos rígidos – a maioria das placas-mães vem com um controlador IDE que suporta ou drive ATA/100 ou ATA/133. A diferença de desempenho entre os dois padrões nas atividades corriqueiras é desprezível. Aqui vale optar pelo melhor (entenda-se mais quantidade de gigabytes disponível) que seu dinheiro puder pagar.
Uma opção que pode ser bem interessante são as placas que suportam IDE RAID. Um desktop com sistema RAID utiliza dois discos rígidos idênticos para obter melhor performance.
Entenda melhor: RAID (Redundancy Array of Independent Disks, ou arranjo redundante de discos independentes) consiste em utilizar mais de um HD como se fossem um só. O desempenho melhora, pois em caso de falhas de um disco, o outro serve como um espelho dos dados daquele que apresentou erro. Atualmente, um controlador RAID não é um recurso extra que vá encarecer muito sua placa-mãe.
Áudio e vídeo
As placas-mães com som integrado se tornaram tão comuns que já é difícil encontrar alguma que não seja assim. Os modelos mais recentes trazem chips de áudio com seis canais digitais, o que é mais do que suficiente para games comuns e escutar músicas em MP3.
Se você quiser instalar uma placa de som para uma melhor qualidade e suporte a áudio 3D, você pode desativar o som integrado usando um jumper existente na motherboard (consulte o manual do usuário ou o site do fabricante da placa-mãe para mais informações) ou pelas configurações da BIOS do sistema.
Se você pretende rodar os jogos mais sofisticados graficamente, aí sim você deve evitar placas de vídeo integradas, ou deve certificar-se de que sua placa-mãe tem um slot AGP que permita fazer um upgrade de placa de vídeo.
Outras conexões
Muitas placas-mães têm portas Ethernet, USB 2.0 e FireWire, e até leitores de memória flash que ficam numa baia de drive externo.
As chamadas placas “legacy-free” (termo em inglês para classificar PCs que não trazem recursos defasados de gerações anteriores) vêm sem portas paralelas, serial e PS/2 – uma simplificação muito bem-vinda, a não ser que você ainda precise conectar um teclado ou mouse antigos, impressora em porta paralela, ou outro periférico muito velho.
Mesmo que não vá usar de imediato, pode valer a pena gastar um pouco mais por uma placa que inclua suporte para RAID, porta LAN, e FireWire, pois você pode precisar desses recursos mais pra frente – para montar uma rede ou capturar vídeo, por exemplo.
Se sua placa mãe não tiver suporte pronto para tudo isso, a única opção será instalar uma placa PCI. Se esses recursos já estiverem integrados, você economiza slots PCI.
Por Fernando Petracioli - PC World

Nenhum comentário :