Não gosto dos sem terra. Dizem que isto é ser reacionário, mas não gosto de vê-los invadindo fazendas, parando estradas, ocupando linhas de trens, quebrando repartições públicas, tentando parar o lento progresso do Brasil.
Estou velho.
Não acredito em cotas para negros e índios. Dizem que sou racista. Mas para mim racista é quem julga negros e índios incapazes de competir com os brancos em pé de igualdade. Eu acho que a cor da pele não pode servir de pretexto para discriminar, mas também não devia ser fonte para privilégios imerecidos, provocando cenas ridículas de brancos querendo se passar por negros.
Estou muito velho.
Não quero ouvir mais noticias de pessoas morrendo de dengue. Tapo os ouvidos e fecho os olhos, mas continuo a ouvir e ver. Não quero saber de crianças sendo arrastadas em carros por bandidos, ou de uma menininha jogada pela janela em plena flor de idade. Ou de meninos esquartejaos pelos pais por serem 'levados'...
Meu coração não tem mais força para sentir emoções. Me sinto mais velho que o Oscar Niemeyer. Ele, velho como é, ainda acredita em comunismo, coisa que deixou de existir.
Eu não acredito em nada.
Estou cansado de quererem me culpar por não ser pobre, por ter casa, carro, e outros bens, todos adquiridos com honestidade, por ser amado por minha mulher e filhos.
Nada mais me comove... Estou bem envelhecido.
E acabo de cometer mais um erro! Descobri que ainda sou capaz de me comover e de me emocionar. O patriotismo de uma jovem de Joinville usando a letra do Hino Nacional para mostrar o seu amor pelo Brasil me comoveu.
Mesmo que ela seja a ultima brasileira patriota, valeu a pena viver para ler o texto.
De alguém que ama muito o Brasil.'
Divina de Jesus Scarpim
Publicado no Recanto das Letras em 21/05/2009
Código do texto: T1607022
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P.S.
Este é texto enviado por um amigo e assim como eu ele está cansado do descaso e das injustiças criadas por um povo, que para tentar se redimir de toda sua hipocrisia, irresponsabilidade e
conformismo, coloca toda sua culpa nos políticos que é claro, não vieram de Marte e sim de nossos próprios lares.
É mas talvez um dia eu me sinta um pouco menos velho, provavelmente quando respondermos a uma pergunta:
Quando iremos parar de tentar deixar um mundo melhor para nossos filhos e passaremos a criar filhos melhores para nosso mundo?
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